quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Documento D

Sagração da igreja Matriz, fl. 126 v.º do Livro do Registo.


Saibam quantos este instrumento de fé e certidão virem, como no ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de 1517 anos, aos vinte quatro dias do mês de Maio do dito ano, em a Vila da Praia da ilha Terceira de Jesus Cristo, a requerimento do Sr. Antão Martim, fidalgo da Casa d'El-Rei Nosso Senhor, e seu Capitão e Alcaide mor nesta dita vila e jurisdição da Praia, e do Senhor Álvaro Martins, seu filho, que ora por ele por mandado de Sua Alteza governa esta dita Capitania e Jurisdição dela, e de João d’Ornelas, fidalgo da casa d'El-Rei nosso Senhor, e Juiz Ordinário na dita vila, e André Lopes Rebelo, Escudeiro Fidalgo Vereador Juiz, e dito João d’Ornelas, e João Veloso, Escudeiro e Vereador, e Diogo Pires, Escudeiro e Procurador do Concelho, e fidalgos e Cavaleiros e Escudeiros, homens bons da Câmara da dita Vila, em a Igreja de Santa Cruz da dita Ilha, estando ali o Senhor D. Duarte, Bispo Duniense, por ele, dito Senhor Bispo, foi sagrada a dita Igreja principal da dita Vila, onde para a dita Sagração foram metidas doze pedras nas paredes da dita Igreja da parte de dentro, em cada pedra, uma cruz abeota e assim meteu o dito Senhor Bispo no altar da capela principal uma boceta com arelíquias, as quais relíquias disse o dito Senhor Bispo que eram «do lenho da cruz um pequeno e da palma de S. João que levou diante de Nossa Senhora, e terra de Santa Maria de Loreto, e o osso de S. Sebastião, e pedra do monumento de Santa Constança, e um osso de um dos dez mil mártires, e sobre as ditas relíquias puseram uma campa que ficou metida e sagrou no dito altar. E isto foi feito com outras muitas cerimónias, que o dito Senhor Bispo fez, e porque isto foi feito em. presença de mim, Tabelião abaixo nomeado, e de muito povo de todas as Vilas e lugares desta Ilha, e por assim passar como dito é, os sobreditos Senhores pediram a mim Tabelião que lhe passasse um público instrumento para sua guarda e lembrança e memória, para se saber em que tempo foi feito, e como a dita Igreja é sagrada, e eu João de Ávila, Tabelião do público e Judicial por El-Rei nosso Senhor, em a dita Vila e seus termos, que este instrumento passei de minha fé, e certidão de como assim passou, a requerimento e mandado dos ditos senhores, e em ele meu público e acostumado sinal fiz que tal é. O Bispo D. Duarte. Pg. XX
Fontes:
Francisco Ferreira Drummond. Memória Histórica da Capitania da Praia, in Memória Histórica do Horrível Terramoto de 15.VI.1841 que Assolou a Vila da Praia da Vitória, edição da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Praia da Vitória, 1983 (reimpressão fac-similada da edição de 1846), 283 pp.
A ortografia foi actualizada e a errata introduzida.

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