quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Documento F

Doação da capitania da Praia a D. Cristóvão de Moura (1.º Livro do Reg. da Câmara da Praia, fl. 70).


Eu El-Rei faço saber aos que este Alvará virem, que havendo respeito aos muitos e mui continuados serviços que me tem feito D. Cristóvão de Moura meu Gentil-homem da Câmara, de meu conselho do Estado e Veador de minha fazenda, e aos seus muitos merecimentos em todas as cousas em que o encarreguei, e especialmente nas que tocam a estes Remos, e assim do tempo que foi meu embaixador neles, como depois que tomei a posse deles, fazendo, e procurando todo o que lhe mandei para beneficio dos meus reinos de que me tem dado aquela boa conta que eu dele esperava, conforme a boa confiança que dele tenho, e ao muito contentamento que sempre tive de sua pessoa e serviços, pelos quais é razão que receba de mim mercê, e por muito folgar de lha fazer, havendo também respeito aos que hoje em dia me faz, e aos que espero que ao diante me faça, e pela boa vontade que por tudo lhe tenho, me praz e ei por bem de lhe fazer mercê da capitania da Vila da Praia da ilha Terceira, que ora está vaga para a minha coroa, de juro para sempre, para ele e para todos seus descendentes, segundo forma da doação que da dita capitania tinha o derradeiro possuidor dela, e da lei mental nos casos em que ela conforme a dita doação pode e deve ter lugar, da qual capitania lhe mandarei (1) passar outra tal doação em torna: e quero, e me praz que este valha, tenha força e vigor como se fosse carta começada em meu nome, passada por minha Chancelaria, e selada do meu selo, sem embargo da Ordenação do segundo livro t.º 20 que manda que não valha alvará cujo efeito haja de durar mais de um ano, e de todas as cláusulas dela. E valerá outrossim, posto que não seja passado pela chancelaria, sem embargo da Ordenação do dito segundo livro que o contrário dispõe. Lopo Soares o fez em Lisboa a 3 de Dezembro de 1581.
Notas
1. Esta carta que El-Rei diz mandaria passar forma, acha-se incorporada na doação feita a D. Manoel de Moura, filho do dito D. Cristóvão, no ano de 1615, e se lê a fl. 136 v.º do referido Livro do Reg.; e foi passada por António Moniz da Fonseca, em Madrid, a 7 de Agosto de 1588, já quando Filipe I estava do posse do reino de Portugal e da ilha Terceira.
Fontes:
Francisco Ferreira Drummond. Memória Histórica da Capitania da Praia, in Memória Histórica do Horrível Terramoto de 15.VI.1841 que Assolou a Vila da Praia da Vitória, edição da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Praia da Vitória, 1983 (reimpressão fac-similada da edição de 1846), 283 pp.
A ortografia foi actualizada e a errata introduzida.

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