quarta-feira, 20 de maio de 2009

Lobisomens

A crença de que alguns seres humanos se transformavam em lobisomens é tão antiga como o medo de tudo o que é selvagem


Além de ser um solitário, Gilles Garnier era também um assassino de massas que devorava crianças quando estas se perdiam. Testemunhas de alguns dos seus crimes atrozes diziam que ele por vezes assumia a forma de lobo. Depois de capturado, Garnier confessou que de facto se transformara em lobo e, como tal, matara e comera crianças. Foi acusado dos crimes abomináveis de licantropia e bruxaria e condenado à fogueira em Dôle, no Leste de França, a 18 de Janeiro de 1573.

Habitualmente, só lobos esfomeados ou raivosos atacam pessoas, e no século XVI supunha-se que estes eram lobisomens. Garnier provinha de uma região infestada de lobos onde quatro pessoas foram a julgamento como lobisomens entre 1520 e 1575. Noutras regiões da Europa, tais julgamentos eram menos vulgares, embora muito mais acusações dessas tenham sido feitas. Um lobisomem afamado era oriundo da região de Colónia, Alemanha. Peter Stubbe foi condenado por ter assassinado e comido 13 crianças (incluindo o próprio filho) e 2 mulheres grávidas. Gabava-se de o Demónio lhe ter dado um cinto mágico que ele usava para assumir o aspecto de lobo devorador. Stubbe foi desmembrado na roda, decapitado e queimado em 28 de Outubro de 1589.

Alteração da forma: Durante a loucura antibruxas dos séculos XVI e XVII, dizia-se que as bruxas se dirigiam para as suas celebrações rituais montadas em lobos e que os bruxos assumiam a forma de lobos quando atacavam pessoas e animais. Se um lobisomem fosse ferido, o corpo continuaria a exibir a ferida depois de voltar à forma humana. Uma história de 1588 da região de Auvergne, França, fala de um caçador que cortou a pata de um lobo e a colocou dentro da sua sacola. Quando a mostrou a um nobre local, ficou espantado ao descobrir que a pata se transformara numa mão que ostentava um anel de ouro. O nobre, horrorizado, reconheceu o anel e precipitou-se para a cozinha, onde foi encontrar a sua mulher a tratar do braço ferido. Foi rapidamente queimada como bruxa. Em muitos julgamentos de lobisomens, como no caso de Garnier, o réu era julgado como sendo realmente capaz de mudar de forma, sendo por isso condenado a uma morte dolorosa. Contudo, desde épocas remotas que a licantropia – crença de que a pessoa está a transformar-se em lobo – também tem sido reconhecida como doença mental. As pessoas por ela atingida uivam, frequentam cemitérios e sentem grandes desejos de carne humana.

Em 1603, um pastor de 14 anos, Jean Grenier, foi julgado em Bordéus, França, por atacar e comer crianças. No tribunal, o rapaz afirmou que o senhor da floresta lhe tinha dado uma pele de lobo e um unguento graças ao qual podia transformar-se em lobo. Admitiu ter comido um cão, um bebé e duas meninas: Contudo, um interrogatório mais detalhado durante o seu julgamento levou à conclusão de que Grenier tinha o costume de inventar todo o tipo de histórias extravagantes. Depois de ter consultado especialistas rnédicos, o juiz chamou a atenção para o facto de Grenier ser claramente um atrasado mental e considerou-o louco. Em vez de ser queimado vivo, o rapaz foi encarcerado num mosteiro, onde viria a morrer com 20 anos.

Alcateia de lobisomens: Se, na sua maioria, os lobisomens condenados parecem ter sido assassinos em série, existem também alguns com uma actuação benéfica. Em 1692, Thiess, um camponês de 80 anos; disse aos juízes de Jurgensburgo, Livónia (nessa época província da Rússia), que era esse o seu destino, anunciado aquando do seu nascimento: três vezes por ano, transformar-se-ia em lobo para lutar pelo seu povo. Nas noites de Santa Luzia, S. João e Pentecostes, Thiess afirmava que se associava a outros lobisomens da Livónia numa viagem até ao inferno para lutar contra os demónios e feiticeiros e defender a colheita do ano seguinte.

Os lobos estavam tradicionalmente ligados ao reino dos mortos, pelo que os lobisomens estariam mais activos durante as 12 noites a seguir ao Natal, quando os mortos deambulavam pela Terra. Nas sociedades de caçadores-recolectores, a capacidade de tomar a forma de um animal era uma das fontes do poder dos xamâs. A crença de que algumas pessoas se conseguem transformar em animais selvagens parece ser quase universal. Nas regiões onde não existem lobos, outros animais preenchem esse papel. Na América do Sul, são as onças; em África, os leopardos; no Japão, as raposas e os texugos.


O lobisomens não são nem humanos nem lobos, e sim uma raça única de criaturas. Na sua forma humana eles são tão parecidos com humanos que podemos descrevê-los usando as mesmas regras e características que descrevem os humanos. Apenas quando eles se transformam são acrescentadas novas características, como a velocidade alucinante, as guarras e presas ameaçadoras, a força e tenacidade incríveis que adquirem quando enfurecidos.

Na verdade, eles são Garou – forasteiros, metamorfos, lobisomens e os últimos protectores da Terra agonizante contra uma força terrível que fica mais forte durante a noite.


Características dos Lobisomens:

- Formas Múltiplas: Um lobisomem é capaz de assumir forma humana e lupina, assim como três outras formas intermediárias. Uma dessas formas é o Crinos, o temido "homem-lobo" formado pela metade, que é a encarnação da Fúria. As outras duas assemelham-se às formas humana e lupina, respectivamente, mas são maiores e mais selvagens.

- Imunidade a Ferimentos: Um Garou não é realmente imune a ferimentos, mas é capaz de regenerar ferimentos com uma velocidade impressionante. Apenas se um lobisomem receber ferimentos fatais aos humanos normais. Contudo, os ferimentos causados por armas de prata, por fogo e pelas garras e presas de outro da sua espécie (ou outras feras sobrenaturais) não podem ser regenerados dessa forma.

- Dons: Os Garou são aptos a falar com espíritos e podem usá-los para transformar o mundo. Os diversos Dons que possuem são os efeitos tangíveis desses poderes místicos.

- Percepção: Os Garou possuem poderes de percepção elevados a níveis altíssimos. Eles são simplesmente capazes de sentir cheiros e ouvir melhor os sons, especialmente enquanto na forma lupina.

- O Delírio: Os Garou na forma Crinos desenvolvem um terror cego e instintivo nos humanos que os vêem. A dependência dos humanos pela racionalidade é tão absoluta que não podem aceitar a verdade da existência dos lobisomens; eles acreditarão em qualquer racionalização conveniente para não admitir a existência de lobisomens. E bem mais simples esquecer o que foi visto. O resultado final dessa reacção, conhecida como o Véu, é o principal motivo pelo qual os Garou costumam ser considerados criaturas lendárias.

- Frenesim: Os lobisomens são criaturas extremamente emocionais que podem ser tomadas pelas suas emoções, especialmente a emoção de raiva. Eles podem ser levados a um frenesim, uma fúria enlouquecida. A quantidade de Fúria Contida (frustração) de um Garou é um factor importante nesta ocorrência. Durante um frenesim, o Garou muda instintivamente para a sua forma Crinos, e esquece tudo sobre seu lado humano, a dominação do lobo é absoluta.

Estas são algumas das opiniões das partes mais influentes da sociedade

Ponto de vista mitológico

- Lobisomens são aquelas pessoas que ao serem banhadas pela luz da lua cheia, assumen uma forma meia humana meia lobo, e saem pelas ruas à procura de carne fresca para devorar. Qualquer pessoa atacada por um lobisomen transforma-se num, e, só poderá voltar ao normal se o lobisomen que o mordeu for morto. Para se matar um lobisomen é necessário que a pessoa use qualquer instrumento feito de prata, após a morte acredita-se que o lobisomen se transforma num vampiro.
Ponto de vista católico

- Os culpados pela terrivel fama dos lobisomens são praticamente a igreja e seus seguidores. Por meio das inquisições, torturas e escrituras, a igreja tem-nos forçado a acreditar que o Lobisomen é um ser demoníaco. Mas uma coisa que a igreja esconde sobre os lobisomens. No mapa-mundi medieval, eram os "cantos" do mundo os lugares habitados pelas raças monstruosas. Essas raças eram ecléticas nas suas aparências e algumas raças eram até parecidas com os humanos. Entre esses seres podemos citar os Gigantes, os Pigmeus, os Panotiis (seres com orelhas gigantes), os Astomis (seres que não possuiam boca), os Antropofagistas, as Amazonas, etc. Mas os mais importantes dos seres eram os Cynocephalios.
Os Cynocephalios, ou cabeças-de-cão, era uma das mais conhecidas raças de monstros. Possuiam corpo de humano e cabeça de um cão. De acordo com pesquisadores, estes seres viviam nas montanhas da India e latiam para se comunicarem. Viviam em cavernas e vestiam-se com peles de animais, eram excelentes caçadores, e as suas principais armas eram o arco, a lança e as espadas. No livro dos apóstolos, podemos encontrar citações onde dois apóstolos encontram um gigante canibal chamado Abominável. " - quatro cúbitos de altura, e a sua face se assemelhava à de um grande cão, os seus olhos eram como faiscas brilhantes de fogo, os seus dentes eram como as presas de um javali selvagem, ou os dentes de um leão, as suas unhas das mão eram afiadas e tinham a forma de um gancho, as unhas dos seus pés eram como às das garras de um leão, e o cabelo da sua cabeça escorria pelos seus braços como a juba de um leão, e a sua aparência era horrivel e atemorizante." Mas por sorte, Abominavel teria dito uma visão minutos antes do encontro com os apóstolos, onde a visão lhe prometia dar forma humana se este aceitasse os ensinamentos dos apóstolos. Ele assim o fez e tornou-se o guia dos apóstolos pelas terras pagãs.
No entanto o facto de lobisomens serem usados como escravos pela igreja não é o facto tão ocultado pela igreja. O que a igreja tenta ocultar é simplesmente o nome Cristovão. São Cristovão é o padroeiro dos viajantes e dos aventureiros marítmos. O que a igreja tanto oculta é que São Cristovão era um Cynocephalio, cabeça-de-cão, um Lobisomen. A história de Cristovão é similar à história de Abominável. Cristovão nasceu cabeça-de-cão, e o seu nome era Reprobus. Ele regrediu a sua bestialidade e converteu-se ao Cristianismo, como recompensa pelos seus actos, Deus o concedeu uma forma humana. Existe um quadro em que Cristovão é pintado segurando nos seus braços o menino Jesus, acredita-se que seja por isso que ele foi chamado de Cristovão, que em grego signifa carregador do Cristo.

Do ponto de vista científico

- Os verdadeiros lobisomens, tem na verdade, pouca coisa em comum com o mito que todos nós conhecemos tão bem. Os lobisomens (Theriantropos de espírito) são indivíduos que sentem uma profunda ligação com um ou mais animais, ou veêm aspectos animais manifestados nos seus carácteres e personalidades. Muito Theriantropos acrediatm que o espírito animal, é um aspecto integral da sua existência. Outros vêem o seu aspecto animal como uma balança para as suas vidas humanas, ensinando os seus lugares no mundo natural. Poucos são os indivíduos que afirmam ser Theriantropos físicos, seres que possuem a habilidade de sofrer mudanças físicas, mas ainda não foi encontrado provas que comprove isso.

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