quarta-feira, 20 de maio de 2009

Vida Depois da Morte

Pacto entre colegas

Henry Brougham, de 21 anos, viajava pela Suécia quando, a 19 de Dezembro de 1799, parou numa estalagem perto de Gotemburgo. Quando tomava um banho antes de ir para a cama, viu de repente o seu amigo de infância Geoffrey Garner sentado na cadeira onde tinha colocado a roupa. Brougham desmaiou ao sair do banho. Quando voltou a si, a figura tinha desaparecido. Brougham e Garner tinham sido amigos no Liceu de Edimburgo, na Escócia, e nessa altura haviam feito um pacto, selado com o seu próprio sangue, comprometendo-se a que o que morresse primeiro apareceria ao outro, respondendo assim à questão de se havia ou não vida depois da morte. A carreira de Garner tinha-o levado para a Índia, e os dois homens haviam perdido o contacto, mas quando Brougham viu a aparição, teve a certeza de que Garner tinha morrido. Mais tarde, já em Edimburgo, recebeu uma carta a anunciar a morte de Garner a 19 de Dezembro.

Brougham tornou-se um distinto advogado e estadista, e a sua proeminência fez deste caso o mais famoso de todos os relacionados com pactos. Ele próprio, porém, convenceu-se de que o incidente fora um sonho provocado pelo banho quente e que o facto de a data do sonho e a da morte de Garner serern a mesma era pura coincidência.

Contudo, esta explicação de rejeição é difícil de aceitar. Os sonhos raramente espelham a experiência quotidiana dessa maneira, nem é vulgar que quem sonha desmaie. Além disso, o comportamento silencioso e passivo de Garner é característico das aparições de fantasmas. A sincronicidade poderia ter sido coincidência, mas as circunstâncias em que o facto ocorreu tornam-no pouco provável.

Embora Brougham pareça ter registado o incidente no seu diário quase imediatamente, só em 1862, quando escrevia a sua autobiografia, acrescentou a informação acerca da carta que confirmava a data. Por essa altura, contava 83 anos, e a sua memória poderia já não ser fiável. A reacção de Brougham, porém, confere credibilidade à história – o incidente provocou na altura uma impressão suficientemente forte para ele o ter registado.


Aparelhos para receber mensagens dos espíritos

Em 1853, Robert Hare, respeitado cientista da Universidade da Pensilvânia antes de se reformar, era um opositor veemente do «grosseiro engano chamado espiritismo». Passados dois anos, numa conversão total, inventara uma máquina chamada espiritoscópio, destinada a receber mensagens de espíritos do outro mundo. Embora fosse necessário um médium para estabelecer uma ligação psíquica, este não podia controlar o espiritoscópio.

A máquina de Hare foi a primeira de muitas que procuravam comunicar com os mortos. Thomas Edison disse a um entrevistador da Scientific American em 1920 que estava a planear um «aparelho que podia ser operado por personalidades que já passaram para outra existência ou esfera». Em 1941, 10 anos após a sua morte, Edison teria dito a Mary Olson, uma médium de Nova Iorque, onde poderia estar um projecto da sua obra. Utilizando uma cópia do projecto, dois americanos, J. Gilbert Wright e Harry Gardner, construíram um dispositivo que exigia um médium para activar um altifalante. Os resultados foram desanimadores.

Outros investigadores procuraram usar tecnologia moderna para contactar com espíritos. Guglielmo Marconi, que aperfeiçoou a comunicação por rádio, estaria, diz-se, a trabalhar numa versão espírita da sua invenção antes de morrer, em 1937. Em 1962, o engenheiro Mark Dyne anunciou que tinha conseguido comunicar em morse com espíritos utilizando uma campainha ou uma lâmpada. Dyne estava convencido de que os espíritos conseguiam enviar sinais auditivos e visuais da mesma forma que são transmitidos sinais pela rádio e pela televisão como vibrações invisíveis através da atmosfera. Descobrindo o comprimento de onda e a frequência, os investigadores deveriam ser capazes de captar a mensagem.

Parecia ter sido aberta uma possibilidade de comunicação em 1982 com o projecto Spiricom. O investigador George Meek, que trabalhava com o médium William O’Neil e com instrumentos electrónicos, afirmava ter gravado a voz de um cientista chamado Mueller que morrera em 1967. Meek esperava que, combinando frequências áudio especiais e equipamento de alta tecnologia com as energias psíquicas de um poderoso médium, os mortos pudessem comunicar com clareza perfeita.

Mas nunca mais se falou do Spiricom. Muitos investigadores afirmam ter comunicado com os mortos através da rádio, computadores e televisão, mas ainda está por provar que as «mensagens» dos mortos não tenham sido tocadas por mãos humanas.


NO LIMIAR DA MORTE: A EXPERIÊNCIA FULCRAL


Os casos conhecidos da experiência no limiar da morte seguem um padrão semelhante. Na chamada «experiência fulcral», quando os doentes tomam consciência da iminência da morte, ocorre uma sensação de flutuação para fora do corpo acompanhada de uma sensação de paz e alegria absolutas. Ao mesmo tempo, podem ver ou ouvir o que se passa à volta dos seus corpos, aparentemente sem vida. Entram então num túnel escuro e são rapidamente arrastados para uma luz incrivelmente brilhante e acolhedora que dá lugar à presença amorosa de um «ser» não-físico, que pode ser uma figura religiosa. As crianças pequenas descrevem muitas vezes «uma senhora». O ser de luz pode convidar as pessoas a passarem em revista os episódios das suas vidas, analisando-os a partir de um «nível mais elevado» de compreensão. São então conduzidas a um jardim onde podem visitar amigos já falecidos, que por vezes lhes revelam pormenores acerca do seu futuro regresso à Terra. É-lhes ordenado, ou podem decidir por si próprios, o regresso ao mundo dos vivos, o que muitas vezes fazem com desagrado, acordando para o trauma de recuperar de uma crise física.

Os efeitos de tais experiências são profundos. A maioria deixa de temer a morte, pois está convencida de que sobreviverá aos corpos. As pessoas que não tinham anteriormente qualquer forte convicção religiosa descobrem que os seus valores estão a passar do plano material para o espiritual. A vida toma uma plenitude indefinível na antecipação de uma vida além-túmulo que todos partilharão.

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